quarta-feira, 30 de abril de 2014

Quarta-feira da 2ª Semana da Páscoa


"Os seus preceitos são puros, iluminam os olhos" (Sl 18,9). Recebe Cristo, recebe a capacidade de ver, recebe a luz, a fim de conheceres a Deus e ao homem. […] Recebamos a luz a fim de recebermos a Deus […], recebamos a luz e tornemo-nos discípulos do Senhor […], expulsemos a ignorância e as trevas que turvam os nossos olhos como um nevoeiro, contemplemos o Deus verdadeiro. […] Quando jazíamos nas trevas, prisioneiros da sombria região da morte (Mt 4,16; Is 42,7), resplandeceu para nós uma luz vinda do céu, uma luz mais pura que o sol e mais suave que a vida neste mundo. Esta luz é a vida eterna e tudo o que nela participa tem a vida. A noite teme esta luz; com medo, desaparece e dá lugar ao dia do Senhor; tudo se tornou luz sem ocaso.

O ocidente tornou-se oriente; é «a nova criatura» (Gal 6,15; Ap 21,1). Porque o «Sol de justiça» (Mal 3,20), que passa por todo o lado no seu percurso, visita todo o género humano sem distinção. Ele imita o Pai, que «faz com que o sol se levante sobre todos os homens» (Mt 5,45) e espalha sobre todos o orvalho da verdade. […] Ao crucificar a morte, Ele transformou-a em vida; arrancou o homem à perdição e fixou-o nos céus; transplantou o que era perecível para o tornar imperecível; transformou a terra em céu. […]

Ele dá a vida de Deus aos homens através dos seus ensinamentos divinos: «Imprimirei a minha lei no seu pensamento, gravá-la-ei no seu coração […]: todos Me conhecerão, grandes e pequenos, pois a todos perdoarei as suas faltas e não Me lembrarei mais dos seus pecados. Assim fala o Senhor» (Jer 31,33ss). Acolhamos pois as leis da vida, obedeçamos aos ensinamentos de Deus, aprendamos a conhecê-Lo.
[São Clemente de Alexandria (150-c. 215), teólogo Exortação aos gregos, 11, 113; GCS 1, 79 (In evangelhoquotidiano.org)]

segunda-feira, 28 de abril de 2014

"Restolho" (Mafalda veiga)

Segunda-feira da 2ª Semana da Páscoa

Para a imersão na fonte baptismal: Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. Jesus, fonte da vida, faz-me beber a taça de água viva na própria fonte que és Tu, a fim de que, tendo-Te saboreado para a eternidade, não tenha outra sede senão de Ti (cf Jo 4,10)! Imerge-me toda inteira nas profundezas da tua misericórdia! Baptiza-me e entrega-me sem mancha à tua preciosa morte. […] Com a água do teu Santíssimo Lado (Jo 19,34), lava-me de toda a mácula com que manchei a inocência baptismal! Preenche-me com o teu Espírito e toma total posse de mim na pureza do corpo e da alma. […]

Para a veste branca: Jesus, sol de justiça (Mal 3,20), consente que seja revestida com a tua pessoa, e assim viva segundo a tua palavra! Permite que, sob a tua direcção, seja capaz de manter branca, santa e imaculada a veste da inocência baptismal para que, apresentando-a sem mácula no teu tribunal, a conserve para a vida eterna!       

Para pedir a iluminação interior na entrega do círio: Jesus, luz inextinguível, acende em mim a candeia ardente do teu amor, e faz que ela nunca se apague; ensina-me a conservar o meu baptismo livre de todo o pecado, para que, convidada então para as tuas bodas, dos pés à cabeça mereça entrar nas delícias da vida eterna, onde Te verei, ó verdadeira luz, e à doce face da tua divindade (cf Mt 25,1 ss)! […]

Senhor, meu Deus, meu Criador e Reparador, renova hoje mesmo o meu coração com o teu Espírito. […] Senhor meu Deus, verdadeiro Rei, torna-me grande na fé, alegre na esperança, paciente na tribulação, digna das delícias dos teus louvores, cheia do fervor do Espírito Santo, fielmente afeiçoada ao teu serviço e perseverante na tua vigilância até ao último dia da minha vida! Desse modo, contemplarei um dia verdadeiramente com os meus olhos a
quilo em que creio e espero. Então, ver-Te-ei tal como és, face a face (1Jo 3,2; 1Cor 13,12); então, doce Jesus, Tu me saciarás de Ti próprio; e na contemplação do teu divino rosto serás o meu repouso eterno. Ámen.
[(Santa Gertrudes de Helfta (1256-1301), monja beneditina Exercícios, n.º 1, Para recuperar a inocência baptismal; SC 127) in http://evangelhoquotidiano.org/] 

domingo, 27 de abril de 2014

"Quando Acreditas"

2º Domingo da Páscoa (Domingo da Divina Misericórdia)

O texto do Evangelho deste 2º Domingo da Páscoa (Jo 20,19-31) apresenta-se com duas partes distintas e que se referem à celebração comunitária em dois domingos diferentes. 
A primeira parte apresenta Jesus como centro da comunidade cristã, onde todos vão beber a energia que os faz gente sem medo. É na comunidade que Jesus revela a sua identidade através dos sinais da doação e amor (as suas chagas); é na comunidade que Ele dá o dom do Espírito Santo, o sopro da vida que nos faz novas criaturas e que nos envia continuar a sua obra e empenho em distribuir o perdão misericordioso de Deus a todos. 
A segunda parte é uma catequese que diz que é na comunidade que se faz a experiência de Jesus ressuscitado. Tomé só reconheceu que estando da comunidade pôde ver os sinais de Cristo na sua doação total.
Procuremos, de facto, este encontro com o Senhor Ressucitado e testemunhemos com a nossa vida esta boa nova do Evangelho

sábado, 26 de abril de 2014

Sábado da 1ª Semana da Páscoa

Canção do amor que chegou

Eu não sei, não sei dizer
Mas de repente essa alegria em mim
Alegria de viver
Que alegria de viver
E de ver tanta luz, tanto azul!
Quem jamais poderia supor
Que de um mundo que era tão triste e sem cor 
Brotaria essa flor inocente
Chegaria esse amor de repente
E o que era somente um vazio sem fim
Se encheria de cores assim

Coração, põe-te a cantar
Canta o poema da primavera em flor
É o amor, o amor chegou 
Chegou enfim

(Vinicius de Moraes)

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Sexta-feira da 1ª Semana da Páscoa

Mas o que é a ressurreição? Ela não entra no âmbito das nossas experiências, pelo que a mensagem acaba por ser, em certa medida, frequentemente mal compreendida, uma coisa do passado. A Igreja procura levar-nos à sua compreensão […] na linguagem dos símbolos […]. Na Vigília Pascal, indica-nos o significado deste dia sobretudo através de três símbolos: a luz, a água e o cântico novo do aleluia.

Temos, em primeiro lugar, a luz. A criação por obra de Deus – acabámos de ouvir a sua narração bíblica – começa com as palavras: «Haja luz!» (Gen 1,3). Onde há luz, nasce a vida, o caos pode transformar-se em cosmos. Na mensagem bíblica, a luz é a imagem mais imediata de Deus: Ele é todo Resplendor, Vida, Verdade, Luz. Na Vigília Pascal, a Igreja lê a narração da criação como profecia. Na ressurreição, verifica-se de modo mais sublime aquilo que este texto descreve como o início de todas as coisas. Deus diz de novo: «Haja luz». A ressurreição de Jesus é uma irrupção de luz. A morte é superada, o sepulcro escancarado. O próprio Ressuscitado é Luz, a Luz do mundo. Com a ressurreição, o dia de Deus entra nas noites da história. A partir da ressurreição, a luz de Deus difunde-se pelo mundo e pela história. Faz-se dia. Somente esta Luz – Jesus Cristo – é a luz verdadeira, mais verdadeira que o fenómeno físico da luz. Ele é a Luz pura: é o próprio Deus, que faz nascer uma nova criação no meio da antiga, que transforma o caos em cosmos.
[Bento XVI, papa de 2005 a 2013 Homilia da Vigília Pascal, 11/04/2009 (trad. © copyright Libreria Editrice Vaticana, rev)]

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Quinta-feira da 1 Semana da Páscoa

Mas o que é a ressurreição? Ela não entra no âmbito das nossas experiências, pelo que a mensagem acaba por ser, em certa medida, frequentemente mal compreendida, uma coisa do passado. A Igreja procura levar-nos à sua compreensão […] na linguagem dos símbolos […]. Na Vigília Pascal, indica-nos o significado deste dia sobretudo através de três símbolos: a luz, a água e o cântico novo do aleluia. Temos, em primeiro lugar, a luz. A criação por obra de Deus – acabámos de ouvir a sua narração bíblica – começa com as palavras: «Haja luz!» (Gen 1,3). Onde há luz, nasce a vida, o caos pode transformar-se em cosmos. Na mensagem bíblica, a luz é a imagem mais imediata de Deus: Ele é todo Resplendor, Vida, Verdade, Luz. Na Vigília Pascal, a Igreja lê a narração da criação como profecia. Na ressurreição, verifica-se de modo mais sublime aquilo que este texto descreve como o início de todas as coisas. Deus diz de novo: «Haja luz». A ressurreição de Jesus é uma irrupção de luz. A morte é superada, o sepulcro escancarado. O próprio Ressuscitado é Luz, a Luz do mundo. Com a ressurreição, o dia de Deus entra nas noites da história. A partir da ressurreição, a luz de Deus difunde-se pelo mundo e pela história. Faz-se dia. Somente esta Luz – Jesus Cristo – é a luz verdadeira, mais verdadeira que o fenómeno físico da luz. Ele é a Luz pura: é o próprio Deus, que faz nascer uma nova criação no meio da antiga, que transforma o caos em cosmos. 

[Bento XVI Homilia da Vigília Pascal, 11/04/2009 (trad. © copyright Libreria Editrice Vaticana, rev)]

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Quarta-feira da 1 Semana da Páscoa

Particularmente, considero um dos momentos mais bonitos após a ressurreição de Jesus. Os discípulos de Emaús não conseguem enxerga-Lo, estão tristes, sem esperança. Sentem algo diferente no caminho, o coração ardendo, mas a tristeza é maior. Entretanto, num simples gesto daquele Homem que até então era um desconhecido, faz com que eles abram seus olhos. Era Jesus e vivo!

Certamente já passamos pela experiência daqueles seguidores de Cristo. Participamos da Missa, grupo de oração, conhecemos a Palavra, mas algo que aconteceu na nossa vida nos deixa tristes, sem esperança alguma. De repente, vem alguém e vai nos mostrando um caminho, uma direção, mas não é o bastante, nossa tristeza é profunda demais pra reconhecer alegria naquele momento. Ainda assim, nossa necessidade é imensa e clamamos: Senhor, fica conosco. Ele fica. Agora, as palavras já não são mais necessárias porque Deus se mostra em atos, num ato de Amor, no momento da Partilha! E assim, olhamos pra trás e percebemos que Ele sempre esteve no caminho, com Suas palavras de amor e esperança. Ele não é uma ilusão, é vivo, e está no meio de nós.

(in reflexaoliturgiadiaria.blogspot.com)


terça-feira, 22 de abril de 2014

Terça-feira da 1ª Semana da Páscoa

Temos que nos interrogar constantemente:
Porque sou cristão?
Apenas por tradição?
Porque fica bem?
Porque me ensinaram assim e nunca aprendi outra coisa?
Ou será que é porque fiz a experiência pessoal de Deus
e me deixei tocar por essa força transformadora
da Ressurreição de Jesus?
Que esta verdadeira explosão de amor que é
a Páscoa de Cristo acenda em mim esse fogo novo.
Que as minhas palavras ecoem no coração dos outros
e os meus gestos brilhem com a luz da Ressurreição de Jesus.

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Segunda-feira da 1ª Semana da Páscoa

(Imagem retirada de: http://caminhoseveredastk.blogspot.pt/2011/12/alegria-sem-limites.html)
"Bendito seja o Rei que vem em nome do Senhor! Paz no céu e glória nas alturas!» (Lc 19,38). […] Respira-se um clima de alegria. Jesus despertou tantas esperanças no coração, especialmente das pessoas humildes, simples, pobres, abandonadas, pessoas que não contam aos olhos do mundo. Soube compreender as misérias humanas, mostrou o rosto misericordioso de Deus e inclinou-Se para curar o corpo e a alma. Assim é Jesus. Assim é o seu coração, que nos vê a todos, que vê as nossas enfermidades, os nossos pecados. Grande é o amor de Jesus! […] Jesus é Deus, mas desceu a caminhar connosco como nosso amigo, como nosso irmão. […]"
[Papa Francisco Homilia de 24/03/2013 (trad. © copyright Libreria Editrice Vaticana, rev)]

domingo, 20 de abril de 2014

Páscoa

"Se ressuscitastes com Cristo,
aspirai às coisas do alto,
onde está Cristo, sentado à direita de Deus.
Afeiçoai-vos às coisas do alto e não às da terra.
Porque vós morrestes,
e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus.
Quando Cristo, que é a vossa vida, Se manifestar,
também vós vos haveis de manifestar com Ele na glória"
(Carta de S. Paulo aos Colossenses, Capítulo 3, Versículos 1 a 4)

sábado, 19 de abril de 2014

Sequência Pascal

À Vítima pascal ofereçam os cristãos
sacrifícios de louvor.
O Cordeiro resgatou as ovelhas:
Cristo, o Inocente,
reconciliou com o Pai os pecadores.
A morte e a vida
travaram um admirável combate:
Depois de morto,
vive e reina o Autor da vida.
Diz-nos, Maria:
Que viste no caminho?
Vi o sepulcro de Cristo vivo
e a glória do Ressuscitado.
Vi as testemunhas dos Anjos,
vi o sudário e a mortalha.
Ressuscitou Cristo, minha esperança:
precederá os seus discípulos na Galileia.
Sabemos e acreditamos:
Cristo ressuscitou dos mortos:
Ó Rei vitorioso, tende piedade de nós.