terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Recomeçar

Recomeça....
Se puderes
Sem angústia
E sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do futuro
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.

E, nunca saciado,
Vai colhendo ilusões sucessivas no pomar.
Sempre a sonhar e vendo
O logro da aventura.
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheças...

(Miguel Torga)

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Segunda-feira da Segunda semana do Advento


Comentário à Liturgia da palavra do dia
O Verbo, a Palavra de Deus, veio habitar no homem, tornou-Se «Filho do homem» para habituar o homem a receber Deus e habituar Deus a habitar no homem, como aprouve ao Pai. Portanto, o sinal da nossa salvação, o Emanuel nascido da Virgem, foi dado pelo próprio Senhor (Is 7,14). Na verdade, é o próprio Senhor que salva os homens, já que eles não se podem salvar a si próprios. [...] Disse o profeta Isaías: «Fortalecei as mãos débeis, robustecei os joelhos vacilantes. Dizei aos que têm o coração indeciso: ‘Tomai ânimo, não temais! Eis o vosso Deus, que vem para vos vingar. Deus vem em pessoa retribuir-vos e salvar-vos'» (35,3-4). Pois somente com a ajuda de Deus, e não por nós próprios, podemos ser salvos.

Eis outro texto onde Isaías profetizou que Aquele que nos iria salvar não era um mero homem, nem um ser incorpóreo, como os anjos: «Não foi um mensageiro nem um enviado que os redimiu, mas foi Ele em pessoa. Com o seu amor e a sua ternura, livrou-os do perigo, sustentou-os e amparou-os constantemente nos tempos antigos» (63,9). Mas este Salvador, o Verbo, também seria verdadeiramente um homem visível: «Contempla Sião, os teus olhos verão Jerusalém» (cf 33,20). [...] E outro profeta disse: «Uma vez mais, terá compaixão de nós, apagará as nossas iniquidades e lançará os nossos pecados ao fundo do mar» (Miq 7,19). [...] O Filho de Deus, que também é Deus, virá da terra de Judá, em Belém (Miq 5,1), para difundir o seu louvor por toda a terra. [...] Por isso, Deus fez-Se homem e o próprio Senhor salvou-nos, dando-nos o sinal da Virgem.
(Santo Ireneu de Lyon (c. 130-c. 208), bispo, teólogo, mártir Contra as heresias III, 2, 2)

domingo, 8 de dezembro de 2013

Imaculada Conceição

Virgem pura, nascida sem pecado,
Que em teu seio trouxeste o Salvador,
O mundo deixa a noite do seu erro
Para saudar a luz do novo dia,

A Mulher da promessa vence a morte,
Em Ti floresce a graça original.
A nossa terra já não é maldita,
Pois guarda em si o fruto prometido.

Bendita és Tu, Senhora, nas alturas,
Bendita, neste mundo, Te cantamos,
Porque a esperança da nossa redenção
Dos teus braços maternos esperamos.

Celebremos a festa de Maria,
Concebida sem mancha original,
E cantemos a glória de seu Filho
Das colinas eternas desejado.

Contigo, Virgem santa, imaculada,
                                                        Estrela da manhã do mundo novo,
                                                        Se elevem nossos cânticos e hinos
                                                        Em louvor da Santíssima Trindade

                                                                         (Hino de Laudes)

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Quinta-feira da primeira semana do Advento


O texto do Evangelho de hoje apresenta-nos a parábola das duas casas: uma construída sobre a rocha e outra sobre a areia. Assim, para o evangelista, construir a casa sobre a rocha é viver de acordo com os ensinamentos e propostas de Jesus e os obstáculos e dificuldades não impedirão de continuar a caminhar porque a vida está assente em fundamentos sólidos. Já construir a casa sobre a areia é seguir o caminho do egoísmo e da auto-suficiência, um «não preciso de Deus para nada». É um pôr completamente de parte as propostas de Jesus. Ora, quando isto acontece a «casa» facilmente se vai desmoronar e não dá garantias de puder vir a durar e resistir às dificuldades.

Construamos a nossa vida sobre fundamentos sólidos para podermos resistir às dificuldades com força e coragem.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Quarta-feira da primeira semana do Advento


Há muitos filmes que usam uma técnica para desenvolvimento do enredo que, penso eu, é bastante eficaz. Apresenta-se o tema no início, há um desenvolvimento (que pode até nem ter que ver com esse tema inicial) e no fim dá-se a conclusão, o desfecho e desvelar do mistério inicial. Algo de parecido se passa com a liturgia desta quarta-feira da primeira semana do Advento: Isaías fala-nos num banquete de manjares suculentos para o qual todos estão convidados (isto seria o apresentar do tema); no texto do Evangelho podemos ver a multiplicação dos pães e dos peixes, portanto a concretização desse banquete de que Isaías falava.
Portanto, para esse banquete do reino de Deus todos estão convidados, não há qualquer espécie de excluídos. Mas, ao mesmo tempo, é um banquete em que somos chamados a participar activamente, sem ficar de braços cruzados á espera que nos venham servir.

Na verdade, Deus ao convidar todos a participar no seu banquete quer que todos entrem no seu Reino. A nossa parte é bastante simples e ao mesmo tempo muito implicativa: aceitar entrar nesse banquete.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

domingo, 1 de dezembro de 2013

Primeiro Domingo do Advento - Oração

Salmo 121 (122)
Vamos com alegria para a casa do Senhor.

Alegrei-me quando me disseram:
«Vamos para a casa do Senhor».
Detiveram-se os nossos passos
às tuas portas, Jerusalém.

Para lá sobem as tribos, 
as tribos do Senhor,
segundo costume de Israel,
 para celebrar o nome do Senhor;
ali estão os tribunais da justiça,
os tribunais da casa de David.

Pedi a paz para Jerusalém:
«Vivam seguros quantos te amam.
Haja paz dentro dos teus muros,
tranquilidade em teus palácios».

Por amor de meus irmãos e amigos,
pedirei a paz para ti.
Por amor da casa do Senhor,
pedirei para ti todos os bens.